Cinema e Negritude
- Bruno César Vieira
- 3 de mar. de 2022
- 2 min de leitura
Atualizado: 21 de fev.
“O século XXI pertence aos contadores de história” - Emicida
A jornada do herói, tão difundida no cinema, tem suas raízes na jornada de Heru (Hórus), um mito de fundação do Egito Antigo. Este conceito, amplamente estudado por Joseph Campbell, tornou-se uma das bases mais utilizadas para roteiros nos últimos 100 anos do cinema americano.

Por que falar sobre contar histórias? Porque o cinema, em sua essência, é uma poderosa forma de narrar histórias. Embora muitas delas tenham nascido em solo africano e com protagonistas negros, o cinema, assim como outros campos do conhecimento até a primeira metade do século XX, ignorou amplamente a presença das pessoas negras.
Há apenas sete anos entre o fim da escravidão no Brasil (1888) e o início do cinema em Paris com os irmãos Lumière (1895). Por ser uma área historicamente elitista e de alto custo, a presença negra no cinema sempre enfrentou barreiras, resultando em absurdos como o filme O Nascimento de uma Nação (1916) e na falta de representatividade que ainda vemos nas telas hoje.
Criar a nossa própria produção cultural, é um dos caminhos que temos para criar um mundo mais justo e livre do racismo.
Como exemplo, podemos analisar a produção cultural judaica em comparação com a afro-diaspórica, numa discussão levantada por Victor Ferreira, repórter da Globo. Essa análise nos ajuda a entender as diferenças entre modelos de produção que valorizam e propagam suas histórias.

Estamos vivendo um momento histórico para a produção de conteúdo negro, com muitos criadores contando suas próprias histórias e construindo uma produção cultural consistente. Por isso, iniciativas como esta, que amplificam vozes negras, são cruciais, oferecendo oportunidades para que possamos narrar nossas próprias histórias de maneira autêntica e transformadora.
